A Eagle Football Holdings, grupo de clubes controlado pelo empresário norte-americano John Textor, está planejando abrir o capital por meio de uma empresa de aquisição de propósito especial (SPACs, na sigla em inglês), experiência inédita para a indústria do futebol. As informações são do site britânico SportsPro Media.
Segundo o jornal Financial Times, a Eagle Football pretende fazer uma avaliação de US$ 1,2 bilhão, de modo a abrir seu capital ainda neste ano. O prazo ainda não foi definido e depende das condições de mercado.
A abertura de capital poderá trazer sérios impactos aos clubes controlados pela Eagle, como o Botafogo. Isso porque essa iniciativa permitiria que as ações da empresa controladora dos times passem a ser negociadas na bolsa de valores, ficando sujeitas às variações e aos humores do mercado. A empresa de Textor comanda 90% da Sociedade Anônima do Futebol (SAF) do time carioca.
“Empresas de cheque em branco”
Outro detalhe importante que merece atenção é o fato de que as SPACs são também conhecidas como “empresas de cheque em branco”, que podem ser negociadas publicamente e, assim, levantar dinheiro com a finalidade explícita de se fundirem com outras, durante determinado período.
No caso da Eagle Football, toda essa movimentação visaria a uma potencial fusão entre o grupo e a Iconic Sports Acquisition Corp, SPAC criada pela Iconic Sports Management. Recentemente, essa empresa fez um investimento de capital de US$ 75 milhões na Eagle Football, ajudando a viabilizar a compra do Lyon.
Criada em 2021, a SPAC da Iconic Sports arrecadou US$ 345 milhões quando foi listada. A sociedade inclui o gerente de fundos de hedge dos Estados Unidos Jamie Dinan e o ex-banqueiro Alexander Knaster, que, respectivamente, são donos do Milwaukee Bucks, da National Basketball Association (NBA), e do Pisa, clube de futebol italiano da segunda divisão.
Além do Botafogo e do Lyon, a empresa de Textor é proprietária do clube belga RWD Molenbeek e do Crystal Palace, da Premier League.