O Vitória anunciou, nesta sexta-feira (1º), que recebeu uma proposta inusitada para a venda dos naming rights do clube por um período de dez anos em troca de um aporte de R$ 200 milhões do patrocinador Fatal Model. O site de acompanhantes, que patrocina a camisa do time desde fevereiro, almeja renomear a equipe para Esporte Clube Fatal Model Vitória.
Outra proposta da empresa, não cumulativa, é o pagamento de R$ 100 milhões pelos naming rights do estádio do time baiano pelo período de dez anos. Neste caso, o local passaria a se chamar Fatal Model Arena Barradão.
A equipe baiana, campeã da Série B em 2023, estará de volta à elite do futebol brasileiro no ano que vem. Assim, o Vitória busca aumentar sua arrecadação para montar um time competitivo para a próxima temporada. Mas ampliar o faturamento por meio desse acordo com o Fatal Model dificilmente teria efeito prático na próxima temporada. Uma possível mudança de nome seria um processo longo, passando por diversas instâncias do clube.
O primeiro passo foi dado nesta sexta-feira (1º). O Vitória, que tem 124 anos de fundação, abriu votação para ver se seus mais de 33 mil sócios-torcedores aprovam a iniciativa. Em caso de vitória do “sim”, algo bastante improvável, a mudança de nome ainda teria que passar por aprovações no Conselho Deliberativo e na Assembleia Geral de sócios. É fatal: uma proposta dessas é bem polêmica entre os torcedores.
“A coisa está bem dividida. Há um engajamento muito grande para os naming rights do estádio. A mudança de nome do clube divide bastante as opiniões”, admitiu Fabio Mota, presidente do Vitória, em entrevista à Máquina do Esporte.
O Fatal Model afirmou que, caso alguma das propostas seja aceita, o dinheiro será destinado a fortalecer o Vitória, seja em infraestrutura ou na contratação de jogadores.
“Seja qual for a proposta escolhida, ela será destinada de maneira integral para o departamento de futebol do clube. A presença de uma marca no nome de um clube é algo disruptivo no futebol brasileiro. Queremos que o torcedor faça parte dessa ação tão importante”, disse Nina Sag, diretora de comunicação do Fatal Model.
Redes sociais
O anúncio da iniciativa gerou ampla repercussão e engajamento nas redes sociais. E não só de torcedores do Vitória. No X (antigo Twitter), o tuíte do Vitória sobre o tema já contava com 1,7 milhão de visualizações cerca de cinco horas após a divulgação. Como comparativo, o clube baiano possui 1,1 milhão de seguidores no total nesta rede social.
No Instagram, a postagem no perfil do clube falando da iniciativa já contava com mais de 22 mil curtidas na tarde desta sexta-feira (1º). Outras publicações feitas pelo clube no mesmo dia, como os anúncios de renovação de contrato de boa parte do elenco campeão da Série B, tinham bem menos curtidas.
As parcerias com o futebol também tornaram o Fatal Model um foguete de audiência. O site oficial da empresa, segundo dados da plataforma Semrush, conquistou um tráfego orgânico (sem pagamento de anúncio na internet) de 17,6 milhões no mês de outubro. Quase 100% do público que acessa o site é formado por brasileiros.
Já o aplicativo Similarweb.com mostra que o Fatal Model manteve uma média de 51,03 milhões de page views nos últimos três meses em que esses dados foram disponibilizados (agosto a outubro). O tempo médio de visita é bastante alto: 5 minutos e 39 segundos, com média de 15,82 páginas visitadas a cada sessão.
A maior parte do público que acessa o site tem entre 25 e 34 anos (27,5%), seguidos de 34 a 44 (22,6%), 55 a 64 (18,1%) e 45 a 54 (16,6%).
Reformas
Caso haja aprovação ao menos para os naming rights do estádio, esse aporte financeiro adicional deve ser utilizado para a reforma do Barradão. A diretoria tem um projeto com custo de R$ 350 milhões, que prevê a cobertura do estádio em três fases, além da ampliação da capacidade, que hoje é de 30.618 torcedores.
“Estamos no mercado buscando investidores. O Fatal Model conheceu esse projeto e já havia nossa ideia de vender os naming rights do estádio e buscar parceiros para as obras. Estamos conversando com outras empresas para parcerias na arena”, contou Fabio Mota.
O dirigente fez questão de esclarecer que, mesmo na remota hipótese de mudança de nome do Vitória, a negociação não tem como objetivo passar o controle da instituição mais que centenária para as mãos de uma empresa.
“Não estamos vendendo o Vitória. Para vender o clube, teríamos que virar uma SAF [Sociedade Anônima do Futebol]”, afirmou o presidente do clube.
Arrecadação
Na primeira divisão em 2024, o Vitória projeta uma arrecadação recorde de R$ 220 milhões na próxima temporada. Como comparativo, nesta temporada, o clube teve faturamento de cerca de R$ 65 milhões. Na Série C, no ano passado, a receita foi de R$ 30 milhões.
“Projetamos chegar à quarta fase da Copa do Brasil, à final da Copa do Nordeste, à final do Campeonato Baiano e conquistar classificação para a Copa Sul-Americana”, revelou o presidente do Vitória.
“Também teremos o maior patrocinador máster da história do clube, a ser anunciado neste mês ou em janeiro. Acreditamos que chegaremos a 50 mil sócios-torcedores, a arrecadação com bilheteria vai aumentar. Também temos contrato com a Libra [Liga do Futebol Brasileiro], que renderá mais R$ 120 milhões com contratos com Mubadala [investidora da Libra] e Globo [com venda de direitos de transmissão]”, enumerou Mota.
Durante a Série B, o time já recebeu adiantamento de R$ 3 milhões da Mubadala. No entanto, o acordo de compra de parte dos direitos comerciais do bloco de clubes por um período de 50 anos ainda está em compasso de espera. Times como o Flamengo não aceitaram finalizar o negócio por avaliarem não ser vantajoso a longo prazo.
Patrocínio
Parceiro do Vitória na possível iniciativa de compra dos naming rights do estádio ou do próprio clube, o Fatal Model começou a investir em futebol no ano passado, quando patrocinou o Hercílio Luz durante a disputa do Campeonato Catarinense.
Em seguida, passou a fazer aportes pontuais em times pequenos que enfrentariam clubes da primeira divisão na Copa do Brasil. Foi essa a estratégia usada para patrocinar o Globo-RN, que enfrentou o Internacional, e o Altos-PI, adversário do Flamengo naquele ano.
Neste ano, o site aumentou a visibilidade, com o patrocínio a seis clubes da Série B do Brasileirão. Além do Vitória, levaram o logotipo do site de acompanhantes na camisa ABC, CRB, Ponte Preta, Sampaio Corrêa e Tombense.
Nem todo mundo se deu bem. ABC, Sampaio Corrêa e Tombense caíram para a Série C. Em compensação, Brusque e Paysandu, também apoiados pelo Fatal Model, conquistaram o acesso para a segunda divisão do país. O caso de maior sucesso, claro, foi o Vitória, novo integrante da Série A do Brasileirão.
Vale destacar ainda que, antes do time baiano, o Fatal Model já havia chegado à Série A do Brasileirão com anúncios em placas de led em alguns dos principais estádios brasileiros, como a Neo Química Arena.
O Vitória anunciou, nesta sexta-feira (1º), que recebeu uma proposta inusitada para a venda dos naming rights do clube por um período de dez anos em troca de um aporte de R$ 200 milhões do patrocinador Fatal Model. O site de acompanhantes, que patrocina a camisa do time desde fevereiro, almeja renomear a equipe para Esporte Clube Fatal Model Vitória.
Outra proposta da empresa, não cumulativa, é o pagamento de R$ 100 milhões pelos naming rights do estádio do time baiano pelo período de dez anos. Neste caso, o local passaria a se chamar Fatal Model Arena Barradão.
A equipe baiana, campeã da Série B em 2023, estará de volta à elite do futebol brasileiro no ano que vem. Assim, o Vitória busca aumentar sua arrecadação para montar um time competitivo para a próxima temporada. Mas ampliar o faturamento por meio desse acordo com o Fatal Model dificilmente teria efeito prático na próxima temporada. Uma possível mudança de nome seria um processo longo, passando por diversas instâncias do clube.
O primeiro passo foi dado nesta sexta-feira (1º). O Vitória, que tem 124 anos de fundação, abriu votação para ver se seus mais de 33 mil sócios-torcedores aprovam a iniciativa. Em caso de vitória do “sim”, algo bastante improvável, a mudança de nome ainda teria que passar por aprovações no Conselho Deliberativo e na Assembleia Geral de sócios. É fatal: uma proposta dessas é bem polêmica entre os torcedores.
“A coisa está bem dividida. Há um engajamento muito grande para os naming rights do estádio. A mudança de nome do clube divide bastante as opiniões”, admitiu Fabio Mota, presidente do Vitória, em entrevista à Máquina do Esporte.
O Fatal Model afirmou que, caso alguma das propostas seja aceita, o dinheiro será destinado a fortalecer o Vitória, seja em infraestrutura ou na contratação de jogadores.
“Seja qual for a proposta escolhida, ela será destinada de maneira integral para o departamento de futebol do clube. A presença de uma marca no nome de um clube é algo disruptivo no futebol brasileiro. Queremos que o torcedor faça parte dessa ação tão importante”, disse Nina Sag, diretora de comunicação do Fatal Model.
Redes sociais
O anúncio da iniciativa gerou ampla repercussão e engajamento nas redes sociais. E não só de torcedores do Vitória. No X (antigo Twitter), o tuíte do Vitória sobre o tema já contava com 1,7 milhão de visualizações cerca de cinco horas após a divulgação. Como comparativo, o clube baiano possui 1,1 milhão de seguidores no total nesta rede social.
No Instagram, a postagem no perfil do clube falando da iniciativa já contava com mais de 22 mil curtidas na tarde desta sexta-feira (1º). Outras publicações feitas pelo clube no mesmo dia, como os anúncios de renovação de contrato de boa parte do elenco campeão da Série B, tinham bem menos curtidas.
As parcerias com o futebol também tornaram o Fatal Model um foguete de audiência. O site oficial da empresa, segundo dados da plataforma Semrush, conquistou um tráfego orgânico (sem pagamento de anúncio na internet) de 17,6 milhões no mês de outubro. Quase 100% do público que acessa o site é formado por brasileiros.
Já o aplicativo Similarweb.com mostra que o Fatal Model manteve uma média de 51,03 milhões de page views nos últimos três meses em que esses dados foram disponibilizados (agosto a outubro). O tempo médio de visita é bastante alto: 5 minutos e 39 segundos, com média de 15,82 páginas visitadas a cada sessão.
A maior parte do público que acessa o site tem entre 25 e 34 anos (27,5%), seguidos de 34 a 44 (22,6%), 55 a 64 (18,1%) e 45 a 54 (16,6%).
Reformas
Caso haja aprovação ao menos para os naming rights do estádio, esse aporte financeiro adicional deve ser utilizado para a reforma do Barradão. A diretoria tem um projeto com custo de R$ 350 milhões, que prevê a cobertura do estádio em três fases, além da ampliação da capacidade, que hoje é de 30.618 torcedores.
“Estamos no mercado buscando investidores. O Fatal Model conheceu esse projeto e já havia nossa ideia de vender os naming rights do estádio e buscar parceiros para as obras. Estamos conversando com outras empresas para parcerias na arena”, contou Fabio Mota.
O dirigente fez questão de esclarecer que, mesmo na remota hipótese de mudança de nome do Vitória, a negociação não tem como objetivo passar o controle da instituição mais que centenária para as mãos de uma empresa.
“Não estamos vendendo o Vitória. Para vender o clube, teríamos que virar uma SAF [Sociedade Anônima do Futebol]”, afirmou o presidente do clube.
Arrecadação
Na primeira divisão em 2024, o Vitória projeta uma arrecadação recorde de R$ 220 milhões na próxima temporada. Como comparativo, nesta temporada, o clube teve faturamento de cerca de R$ 65 milhões. Na Série C, no ano passado, a receita foi de R$ 30 milhões.
“Projetamos chegar à quarta fase da Copa do Brasil, à final da Copa do Nordeste, à final do Campeonato Baiano e conquistar classificação para a Copa Sul-Americana”, revelou o presidente do Vitória.
“Também teremos o maior patrocinador máster da história do clube, a ser anunciado neste mês ou em janeiro. Acreditamos que chegaremos a 50 mil sócios-torcedores, a arrecadação com bilheteria vai aumentar. Também temos contrato com a Libra [Liga do Futebol Brasileiro], que renderá mais R$ 120 milhões com contratos com Mubadala [investidora da Libra] e Globo [com venda de direitos de transmissão]”, enumerou Mota.
Durante a Série B, o time já recebeu adiantamento de R$ 3 milhões da Mubadala. No entanto, o acordo de compra de parte dos direitos comerciais do bloco de clubes por um período de 50 anos ainda está em compasso de espera. Times como o Flamengo não aceitaram finalizar o negócio por avaliarem não ser vantajoso a longo prazo.
Patrocínio
Parceiro do Vitória na possível iniciativa de compra dos naming rights do estádio ou do próprio clube, o Fatal Model começou a investir em futebol no ano passado, quando patrocinou o Hercílio Luz durante a disputa do Campeonato Catarinense.
Em seguida, passou a fazer aportes pontuais em times pequenos que enfrentariam clubes da primeira divisão na Copa do Brasil. Foi essa a estratégia usada para patrocinar o Globo-RN, que enfrentou o Internacional, e o Altos-PI, adversário do Flamengo naquele ano.
Neste ano, o site aumentou a visibilidade, com o patrocínio a seis clubes da Série B do Brasileirão. Além do Vitória, levaram o logotipo do site de acompanhantes na camisa ABC, CRB, Ponte Preta, Sampaio Corrêa e Tombense.
Nem todo mundo se deu bem. ABC, Sampaio Corrêa e Tombense caíram para a Série C. Em compensação, Brusque e Paysandu, também apoiados pelo Fatal Model, conquistaram o acesso para a segunda divisão do país. O caso de maior sucesso, claro, foi o Vitória, novo integrante da Série A do Brasileirão.
Vale destacar ainda que, antes do time baiano, o Fatal Model já havia chegado à Série A do Brasileirão com anúncios em placas de led em alguns dos principais estádios brasileiros, como a Neo Química Arena.