A reputação das celebridades tem sido influenciada por fazerem ou não propaganda de casas de apostas. É o que aponta a pesquisa realizada pelo Centro de Estudos Aplicados de Marketing (Ceam) da Escola Superior de Propaganda e Marketing (ESPM) sobre o comportamento do consumidor em sites de apostas on-line.
A má reputação das empresas de apostas faz com que as celebridades associadas a essas marcas sejam percebidas como “menos confiáveis” por 68% dos entrevistados.
A reputação, no entanto, não afeta a percepção dos clubes de futebol patrocinados por marcas do segmento. Entre os entrevistados, há uma tendência de aumento de apostas no futuro: caso as plataformas de apostas venham a patrocinar o clube do respondente, 39% disseram que apostarão frequentemente, enquanto 41% afirmaram que pretendem apostar mais no futuro.
Contraditoriamente, entre o público ouvido, 43% afirmaram gostar dessas marcas como patrocinadoras de seus times.
“Com a pesquisa, conseguimos ter a percepção de como as ‘bets’ são percebidas dentro de diferentes aspectos. É um tema que tem sido alvo de muitas discussões no país atualmente”, disse Evandro Luiz Lopes, diretor acadêmico de pesquisa e pós stricto sensu da ESPM.
“Nosso objetivo é identificar o comportamento destes consumidores e caminhos a serem seguidos pelas marcas”, acrescentou o professor.
Consumidor
De acordo com a pesquisa, 23% dos entrevistados gastaram 10% ou mais do orçamento mensal e pretendem seguir investindo. Para 44%, a percepção é de que as empresas de apostas são reguladas, porém não são honestas.
Apesar do contraste entre a alta demanda e a percepção de não ser um canal confiável, o que mais mantém e motiva as pessoas de diferentes faixas etárias a persistirem como usuárias dessas plataformas é a expectativa de ganhar dinheiro.
Quando questionadas abertamente sobre a motivação para apostar, 24% responderam “ganhar dinheiro”. O levantamento também identificou que a modalidade já ocupa o segundo lugar entre o consumo de jogos dos entrevistados, com concentração de cerca de 25%, ficando atrás apenas das loterias.
Metodologia
Com nível de confiança de 95%, a pesquisa conduzida pelo Ceam ouviu 400 usuários de sites de apostas em todo o Brasil durante o mês de novembro.
Além das atitudes dos consumidores dos serviços oferecidos pelas plataformas de apostas, a pesquisa avaliou aspectos de lembrança de marca e a relação com clubes patrocinados e celebridades no contexto das empresas de apostas on-line.