O ano de 2024 foi marcado por momentos inesquecíveis e transformadores no mundo dos esportes. Grandes acontecimentos e reviravoltas em diversas modalidades proporcionaram emoções intensas para os fãs ao redor do mundo. Então, decidi recordar os principais destaques que dominaram as manchetes ao longo do ano.
Não só como colunista, mas principalmente como parte atuante da indústria, começo destacando os Jogos Olímpicos de Paris 2024, em que tínhamos uma expectativa de como seria nossa participação na geração de conteúdo para o Comitê Olímpico do Brasil (COB), e não menos importante para os parisienses, que não sediavam os Jogos desde 1924.
O evento foi um grande espetáculo de integração entre países e culturas, e o Brasil, representado por uma delegação robusta, teve ótimas performances em alguns esportes.
Entre nossos destaques, impossível não falar da ginasta Rebeca Andrade, que brilhou em Paris conquistando quatro medalhas: ouro no solo, prata no individual geral, prata no salto e bronze por equipes. Com essas conquistas, ela se tornou a atleta brasileira com o maior número de medalhas olímpicas, totalizando seis na carreira.
Fora do Parque Olímpico o Brasil também brilhou com a medalha da torcida brasileira, com a conquista do COB registrando um crescimento de 42% no número de seguidores durante os Jogos, adicionando mais de 2,5 milhões de novos fãs em suas principais plataformas (Instagram, Facebook, X, YouTube e TikTok). O perfil do Time Brasil no Instagram atingiu 3,1 milhões de seguidores, ultrapassando o dos Estados Unidos (USOPC), que possuía 2,5 milhões, e tornando-se o comitê olímpico nacional mais seguido do mundo.
As redes sociais do COB acumularam aproximadamente 80 milhões de interações e 1,2 bilhão de impressões durante o período olímpico.
Esses resultados refletem a eficácia das estratégias digitais implementadas pela entidade, que priorizaram uma comunicação mais próxima e interativa com os fãs, além de parcerias com influenciadores e celebridades para amplificar o alcance de suas campanhas.
Um desses momentos emblemáticos foi a icônica fotografia de Gabriel Medina, capturada pelo fotógrafo Jerome Brouillet, que recebeu amplo reconhecimento pela habilidade em registrar o momento exato que acabou se tornando um símbolo dos Jogos e viralizou nas redes sociais.
No mar, o surfista brasileiro garantiu a medalha de bronze em Teahupo’o, no Taiti. Durante a competição, ele executou uma manobra que rendeu uma nota 9.9.
Esses momentos refletem a diversidade e a emoção que os Jogos Olímpicos de Paris 2024 proporcionaram, celebrando o espírito esportivo e a capacidade humana de superar desafios.
Meu ano como colunista foi marcado por dois momentos que me orgulham muito. O primeiro foi em maio, diante das enchentes que afetaram o Rio Grande do Sul. À época, pude escrever sobre uma das ações mais emblemáticas do ano que, no meu ponto de vista, poderia ter tido uma repercussão muito maior, não fosse nossa ânsia e necessidade de discutir com mais “entusiasmo” assuntos de menor importância e maior ênfase do que é ou não fake news. A ação poderia ter sido grandiosa, mas não foi. Falo do meu artigo “Uma pausa na ‘grenalização'”, em que enfatizei a necessidade de união entre Grêmio e Internacional em prol das vítimas da tragédia. Falei como como a solidariedade no esporte pode servir de exemplo para a sociedade, superando rivalidades históricas em momentos de calamidade e arrecadando, no lançamento da iniciativa, mais de R$ 28 milhões em doações já comprometidas por diversas empresas em prol das vítimas da enchente.
Já no meu artigo “Chegou a hora de um novo piloto brasileiro na Fórmula 1”, publicado em novembro, pude celebrar a ascensão de Gabriel Bortoleto, jovem piloto confirmado como titular da Kick Sauber para a temporada de 2025. Foi uma feliz coincidência temporal entre as homenagens a Ayrton Senna, pelos 30 anos de seu falecimento, e a chegada de Bortoleto à categoria máxima do automobilismo, simbolizando a continuidade do legado brasileiro na Fórmula 1.
No último artigo de 2024, intitulado “Patrocínio sem rejeição? Sim, o futebol brasileiro já é esse lugar”, analisei a evolução dos patrocínios no futebol brasileiro e destaquei casos de sucesso em que as marcas conseguiram se integrar aos clubes sem enfrentar rejeição por parte das torcidas. É assim que acredito que 2025 poderá começar.
Mesmo sem Olímpiada, o ano mal começou e já temos um novo campeão brasileiro no circuito profissional de tênis, ex-jogador candidato a presidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF) e um novo presidente no Flamengo.
As perspectivas para os negócios no esporte em 2025 indicam um cenário de transformação impulsionado por avanços tecnológicos, mudanças no comportamento dos consumidores e uma crescente ênfase em sustentabilidade e profissionalismo.
As empresas deverão adaptar-se às tendências emergentes, explorando oportunidades em áreas como e-Sports, academias virtuais e serviços de bem-estar digital, e com cada vez mais colaborações entre marcas e entidades esportivas.
As empresas e entidades adotarão cada vez mais práticas sustentáveis, alinhando-se às expectativas dos consumidores por responsabilidade ambiental e social, e haverá maior integração e uso da inteligência artificial (IA), que permitirá análises mais precisas do desempenho esportivo e de engajamento de fãs, auxiliando na personalização e entendimento de dados, seja para execução de treinamentos e estratégias de jogo ou de potencialização do consumo no esporte.
Teremos novas Sociedades Anônimas do Futebol (SAFs), novos ídolos, novas fusões e aquisições na indústria e novas lideranças se consolidando, bem como novos campeões.
Também teremos ajustes e adequações nas leis de incentivo ao esporte e seguramente uma movimentação política nos clubes com foco cada vez maior na profissionalização direcionada para a longevidade de práticas que permitam extrair o máximo dos negócios quem envolvam conexão, engajamento e consumo. E eu estarei por aqui novamente, contando um pouco disso tudo para todos vocês que me acompanham na Máquina do Esporte.
Feliz 2025!
Reginaldo Diniz é cofundador e CEO do Grupo End to End e escreve mensalmente na Máquina do Esporte